segunda-feira, 1 de julho de 2013

Guia Definitivo do Brasileiro em Buenos Aires - Parte 1

Finalmente de férias, tenho a disponibilidade pra fazer tudo aquilo que gosto de fazer, mas não dá tempo por conta das agruras hodiernas. Veja você que das favoritas, consta o escrever abobrinhas. E aproveitando o gancho, aproveito  a oportunidade de uma viagem que acabei de fazer a um dos maiores destinos brazucas nas férias de meio de ano: Disney? Caldas Novas? Engenho de Dentro? Não, queridão. BUENOS AIRES!

Este pretende ser um compêndio extremamente útil a você que juntou aquela grana pra viajar pra fora do país, mas no final teve de pagar aquela prestação do IPVA atrasada, viu o dólar disparar, e com um mínimo de hombridade, se recusou a pegar um ônibus até Assunção para embarcar nesta jornada até ao país de nuestros hermanos!

A Argentina

Mais do que dados geográficos e demográficos, a principal informação que você precisa ao ir para a Argentina é: o argentino é um ser extremamente tosco. Naquilo que o gaúcho "se acha", o argentino tem certeza absoluta. Inclusive a respeito do churrasco, mas sobre isso falamos mais tarde. Os caras estão mais chatos do que nunca! Finalmente tem o melhor jogador de futebol do mundo e agora tem até Papa! Buenos Aires possui 60% da população da Argentina, e acredite, isso é coisa pra caramba. A coisa lá está mais preta do que aqui, a economia dos caras está um lixo, e essa novidade de protestos aqui no Brasil já é moda por lá a muito tempo. A moeda dos caras é o peso, que tá valendo aproximadamente uns R$ 0,45. CARACA! LÁ O REAL VALE O DOBRO! VAMO COMPRAR TUDO! Calma, cara pálida, com uma inflação "a la" Sarney nos anos 80, não é tão simples assim o sonho de compras. Mas vamos falar mais a respeito disso na seção compras.

Teoricamente, o idioma falado na Argentina é o espanhol, mas em Buenos Aires eles falam um idioma que eu mesmo chamo de ARGENTINO. Sabe aquele cursinho de espanhol por correspondência que você fez todo animadão para desbravar a América Latina atrás de oportunidades? Pode jogar 70% dele no lixo. Na verdade, o espanhol vai ser útil para ler plaquinhas e para conseguir saber onde é o banheiro, mas pra falar com os caras, você precisa falar argentino. Não precisa entrar em crise com isso, afinal de contas, todo mundo que trabalha comn turista arranha o portunhol, e vão identificar na sua cara de perdido que você não fala bulhufas.

Esta é uma informação importante. Em Buenos Aires, tem dois tipos de lugares para o turista brasileiro enfrentar: os lugares de turistas, caros mas menos hostis a nosotros, e os estabelecimentos que o argentino frequenta. Estes são mais baratos, tem melhor comida, um serviço horrível e geralmente não aceitam cartão de nada. Importante ressaltar, o serviço é horrível nestes lugares. Ao identificarem que você é brasileiro, não vão te jogar pela janela, mas vão deixar bem claro que estão te atendendo por favor. Como disse, é nessa hora que você vê o quanto os caras são toscos mesmo.

Vamos agora a algumas dicas básicas para que você curta ao máximo sua experiência internacional com um mínimo de sofrimento apenas.

A Cidade

Ok. Vamos cortar a abobrinha e vamos direto ao ponto: Buenos Aires é lugar pra turismo de cidade. O que isso quer dizer? Você vai lá pra comer, andar, ver tango, andar mais um pouco, e só. Logo, não recomendo este destino como criança "friendly". Entretanto, a cidade tem muitos parques, muitas confeitarias e dá pra quebrar um galho da criançada se necessário. Ir de junho a agosto é pedir pra passar muito frio, e confesso que dificulta um pouco as coisas. Mas brasileiro é teimoso, e não tá acostumado com esse negócio de friozinho abaixo de 12 graus, ainda mais com seu dinheiro miraculosamente valendo o dobro. Eu diria que a melhor época para ir seria de setembro a novembro, apesar de ser perigoso você pegar uma chuvinha aqui e acolá, mas enfia a cara queridão, afinal de contas a primeira parcela do 13o. é pra gastar mesmo.

É uma cidade fantástica para os admiradores e estudantes de arquitetura, uma vez que tem de todo o tipo lá: art decó, europeu trintão, algumas repartições públicas lembram muito prédios franceses, arquitetura do século 18 e coisas modernosas. Tudo junto numa salada só. Muito bacano.

A Cidade - Onde ficar

Pra decidir onde ficar, você precisa se enquadrar em um destes perfis:

1 - descolado, aventureiro e duro;
2 - com uma condição de grana razoável, cultural e chato;
3 - diferenciado financeiramente, elitizado e ogro.

Para turma do primeiro time, recomendo ficar no Centro. Lá você terá infinitas possibilidades de comida, vai andar pra caceta e pode gastar muito pouco se for atrevido o suficiente. Você pode ficar na Av. Cerrito, que fica do lado da 9 de Julho ou pode ficar mais na meiúca na Av. Callao, que corta a cidade no meio. Nestes lugares você vai encontrar inúmeros cafés (uma tradição super legal do portenho), pizzarias e restaurantes, além dos principais prédios, museus e lojas da cidade. Como todo centro de cidade, é feio pra caramba e está cheio de obras, mas dá pra contornar estes pormenores e ainda passear um bocado.

Para o segundo time, principalmente se estiverem com crianças, a indicação é Recoleta e Palermo. São bairros mais elitizados e onde estão os melhores restaurantes pra turistas e as melhores atrações. As ruas são bem mais limpas, as lojas são bem mais caras e os restaurantes também. Mas o zoológico é lá, os melhores museus estão lá, e tem uma pá de shoppings na região. Na boa, mande os guias às favas e pare com essa palhaçada de ir visitar cemitério. É um programa de índio elevado ao quadrado.

Para a turma do terceiro time, você pode se isolar em Puerto Madero. É longe pra caraca, tem os restaurantes mais caros, e é o pedaço de primeiro mundo mais bacana que já vi em em uma cidade da América Latina. É o novo centro, tem um monte de prédios moderníssimos, fica na beira do rio, e só. Se é pra ficar no roteiro hotel-restaurante-hotel, não tem lugar melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário