segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Perguntas Importantes

Terminado o furdunço por causa de eleição, entendo que algumas perguntas fundamentais precisam ser feitas (e respondidas):


1 - Já podemos comemorar o tri do Flamengo na rua?

2 - Já podemos voltar a odiar as pessoas apenas pelo gosto musical delas?

3 - Já podemos nos unir contra as uvas passas nas ceias de final de ano? Ah, e contra a malignidade da maçã e do chuchu na maionese também?

4 - Já podemos parar de brigar e nos unir pra terminar o álbum da copa?

5 - Já podemos pedir perdão uns para os outros e voltar a sortear o inimigo oculto no fim do ano?

6 - Já podemos voltar a destruir relacionamentos familiares apenas por causa da carta 4+ no UNO?

7 - Já é possível voltar a usar qualquer cor de roupa sem presepada de ser acusado de comunista ou bolsominion?

8 - Tá liberado fazer as pazes pra gente voltar a pintar as ruas pra copa do mundo?


Deixa de ser trouxa, para de brigar por político que não tá nem aí pra você (nem um deles está) e reconstrua os relacionamentos com as pessoas que você ama.

Mengo.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

4.0 anos. Turbo.

Quarenta anos. É ano pra caramba. Não me sinto com 40. Não tenho 40. Mas 40 anos se passaram. É crise de meia idade? Acho que deve ser, mas definitivamente em minha cabeça acabei de fazer 25.

Existem algumas tristes constatações da passagem do tempo. Crianças conhecidas que estão se formando na faculdade, casando, tendo filhos... Toda segunda-feira na academia, onde levanto metade do peso que levantava antes com 1/3 dos resultados esperados... Cabelos brancos que começaram a aparecer até na minha pseudo-barba (onde se viu adulto sem barba, gente!).

As memórias e a matemática começam a entrar em conflito. A quase trinta anos terminei o segundo grau. Já tenho 21 anos trabalhando, vou fazer 14 anos de casado. O tempo realmente está passando. Rápido. Cruel. Rugas! Onde já se viu? RUGAS!

A experiência é ótima. O dinheiro, que não existia na juventude, também. Mas continuo com um recurso em falta: tempo. Tenho tanta coisa pra fazer, tenho tanto pra construir! Mas a porcaria do calendário insiste em continuar virando, ano após ano.

Fiquei pensando em coisas fantásticas relacionadas ao número quarenta, pra me consolar sabe? Aí me lembrei de uma brincadeira que faço desde os 30, que é de traduzir os anos em tamanho de motor. Aí fiz a listinha dos 4.0:

Maverick 6cc
Plymouth Road Runner 68
Ranger XLT
Opala diplomata 4.0
Porsche 911 GT3
Toyota SW4
Bentley Continental GT
Audi RS7
Mercedes AMG C63
Audi RS6
Grand Cherokee 6cc
Mercedes GT-R
Maserati Quattroporte

Olha que beleza, fiquei muito feliz. Potência, luxo, velocidade, sofisticação. É Isso aí. 40 é sucesso, 40 é alegria, 40 é potência, luxo, velocidade e sofisticação.

Pedi um presente pra minha família. Na verdade 2: um bolo com glacê (só quem viveu os 80 sabem do verdadeiro sabor do glacê) e uma bola de basquete. Quase não consigo andar, que dirá jogar basquete. Mas fazer 40 me deu esse sentido de urgência, de liberdade, de vontade de fazer o que eu quiser.

Quarenta não é fim. 40 é começo. Josué, um dos maiores generais da história de Israel começou com 40. Já estou gostando de fazer 40. Que venham mais 40.

sábado, 19 de abril de 2014

Luciano do Valle

A semana foi difícil. Esposa acidentada, pai adoentado, e um meio feriado curtindo doença de bebê. Dormi essa noite no tapete da sala, atendendo a pedido do meu mais novo, depois de algumas horas em claro por causa de sua febre. Noite difícil de uma semana difícil.

Tentei dormir à tarde, pra recompor as forças e me refazer um pouco do stress da semana e da vida. Acordo, e zapeando a tv me deparo com a trágica notícia: "Morre aos 70 anos Luciano do Valle". Caraca, que pancada. Na semana em que Garcia Marquez se foi (não sou feu fã, não conheço sua obra, apenas sua fama), perdi um cara que meio que foi o narrador da minha infância, adolescência e juventude. 

Hoje, ver NBA, NFL é modinha. Todo mundo é entendido e "poser", como diriam meus sobrinhos adolescentes. Mas em 1987 Luciano revolucionou a tv brasileira, trazendo pra casa do brasileiro esportes completamente desconhecidos, trouxe a Indy e transformou um canalzinho mixuruca de São Paulo em um catalizador esportivo antes da existência de SPORTV's e ESPN's. "O canal do esporte" fez gerações de brasileiros se apaixonarem por esportes e ficarem todo o domingo brigando com as mães e vós pelo controle da televisão (foi mal Silvio Santos...).

Vi e quis ser igual aos jogadores mais fantásticos, Jordan, Malone, Bird, Ewing, Thomas, Johnson, Robinson, Clyde, Pippen, Jabbar e vários outros. Entrando madrugada a dentro de sexta pra sábado com a permissão e companhia de meu pai, passando vários domingos à tarde assistindo jogos e playoffs de NFL, partidas de vôlei, olimpíadas, futebol de masters, etc.

Não vou mentir, às vezes achava ele meio elitista e chato, mas é inquestionável a influência desse monstro da tv na minha vida. Lá se foi o gordinho, voz marcante e histórica, cara de visão e que trouxe o esporte mundial pra dentro da sala do brasileiro.

Só me resta um pensamento: "Em terra de Luciano do Valle meu querido, Galvão Bueno não se cria. Jamais."